sábado, 15 de dezembro de 2007

Lá vai o SBT, descendo a ladeira…

Apesar de seus longos anos de experiência no comandando das intermináveis tardes de domingo, Silvio Santos e o SBT estão perdendo status no mundo televisivo. O patrão, conhecido pelo hábito de meter a mão na grade de programação do SBT, segunda maior emissora de televisão do país, tem passado por quebra de contrato com afiliadas, baixa constante nos níveis de audiência e protesto de anunciantes.

O que marca a rede televisiva nestes últimos anos é, sem dúvidas, a alternância de programação. Ninguém sabe ao certo quais são os programas do SBT nem seus horários. Segundo a última edição da revista Exame, “somente o programa da apresentadora Adriane Galisteu trocou de horário nada menos que quatro vezes apenas neste ano”. As dificuldades do SBT podem estar escondidas nas entrelinhas. “Há indícios de que a fortíssima imagem de Silvio Santos já não consegue, por si só, atrair o público”, como afirma a repórter Denise Carvalho. Análise do IBOPE mostra que a audiência do SBT caiu de 13,3% em 2001 para 7,3% no ano passado.

As mudanças na grade de programação têm prejudicado financeiramente as retransmissoras do SBT. Os anunciantes resistem em investir numa rede onde a programação é altamente instável. Em 2006, o SBT registrou prejuízo de R$ 3,2 milhões, o pior desempenho entre os negócios de todo o Grupo Silvio Santos. Negócios diretamente ligados à imagem do apresentador e da emissora, como a Tele Sena e o Carnê do Baú, também estão em vertiginosa queda. Enquanto a venda da Tele Sena caiu em 50%, o Carnê do Baú teve um déficit de 20% nessa década.
Sai Sílvio, entra Edir
A Rede Record, do bispo Edir Macedo, está aproveitando esta maré de azar da concorrente e atraindo retransmissores insatisfeitos da rede de Silvio Santos. A Rede Pajuçara, de Alagoas, e a Rede SC, de Santa Catarina, já cancelaram contrato com o SBT e se filiaram à Record. Os executivos locais dizem que a fórmula usada por Silvio para recuperar a audiência, com a apresentação de antigas atrações, como Chaves, Viva a Noite e Qual É a Música, é cansativa e ineficiente.

Uma possível venda
Em meio a tanta baixa, o SBT recebeu uma proposta de compra. Quem se interessou pela rede foi o apresentador e empresário Roberto Justus. O patrão já avisou que para iniciar qualquer negociação de venda de sua emissora, desejaria receber uma oferta inicial de, no mínimo, R$ 2 bilhões.

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